Nota: O artigo a seguir foi extraído da edição de outubro de
1989 da revista mensal condensada "SPUTNIK", da Imprensa Soviética.
Ele foi publicado na União Soviética, e traduzido para várias línguas. Ele foi
resumido de um artigo anterior da revista "Priroda I Chelovek". Se
alguém estiver interessado no texto completo do artigo, talvez possa tentar
obter uma cópia desta revista, e traduzi-lo.
Tom Mickus, 20/11/89
"É tempo de estudar os fatos"
A epígrafe acima, emitida por um notável cientista de nosso
tempo e fundador do mundo da cosmonáutica, mostra claramente o que ele pensava
do misterioso e incitante problema do possível contato entre a civilização
humana e seres inteligentes de outros mundos.
De fato, terão eles já visitado o nosso planeta? Estarão
sendo mantido contatos com eles atualmente? Serão tais contatos possíveis no futuro?
Estas questões agitam muitas pessoas, especialmente entusiastas pesquisadores
do problema. Eu tentarei responder estas questões e delinear as pouco
conhecidas visões de Tsiolkovsky. Este grande professor de Kaluga não somente previu a conquista do
espaço pela humanidade mas também, muito antes do início da Idade do Espaço e
do enorme crescimento do interesse em "visitantes", declarou que civilizações
extraterrestres podiam existir e fazer contato com a humanidade.
Desafortunadamente, não se sabe que narrativa da qual os fatos foram coletados
por "pessoas cujo julgamento era confiável" Tsiolkovsky tinha em
mente. O cientista não a especificou. Mas a frase em si mesma é bastante
significativa, sugerindo que tais fatos existiram mesmo em seus dias, os quais
as pessoas coletaram e tentaram analisar há mais de um século! E que tal a
situação agora?
É sabido que vinte anos atrás grupos de pesquisadores em
todo o mundo coletaram cerca de duzentos e cinqüenta mil histórias sobre
objetos voadores, contos de fenômenos não ortodoxos e de contatos entre humanos
e seres extraterrestres, referidos como humanóides. Se tudo isto foi
falsificação ou alucinação, isto poderia sugerir que o mundo está cheio de
lunáticos, não é mesmo? Poderiam aquelas histórias ser estudadas com maior
cuidado?
Aqui está o que Tsiolkovsky escreveu em 1928 em sua obra
"O Futuro do Universo. Forças Inteligentes Desconhecidas":
"Uma massa de inexplicáveis fenômenos tem sido
registrado na história e na literatura. A maioria deles pode ser, sem dúvida,
classificados como alucinações e outras ilusões, mas isto se aplica a todos os
fenômenos? Agora que a possibilidade de viagens interplanetárias foi
comprovada, o homem poderia mostrar maior consideração por tal fenômeno
"incompreensível". Eu acredito que alguns destes fenômenos não são
ilusões, mas a prova real da presença de forças do espaço inteligentes e
desconhecidas".
Tsiolkovsky classificou como tais, fenômenos, em particular,
imagens de uma figura geométrica e um homem o qual foi observado no céu na
primavera de 1886, e a palavra "ChAU", a qual foi soletrada em
caracteres cirílicos, no horizonte, durante o entardecer de 31 de maio de 1928.
Então, Tsiolkovsky observou ele mesmo o que é conhecido como um fenômeno
anômalo.
Isto tudo mostra que este fenômeno obscuro existe de fato.
Contudo, pesquisadores tem encontrado evidências de possíveis contatos entre
humanos e não humanos no distante passado. Serei bastante ousado para dizer que
em nossos dias, também, centenas de pessoas tem visto objetos os quais chamarei
de ALO (astra-levitating objects - objetos astro-levitantes - ou objetos
voadores das estrelas, no céu).
Os relatos das testemunhas oculares, de tais fenômenos, são
bastante numerosos e bem documentados.
Um grupo de entusiastas do Ocidente até criou uma
organização internacional para coordenar os estudos de UFOS - a ICUFON
(Intercontinental UFO Galactic Space-craft Research and Analitic Network).
Por exemplo, um dos mais recentes relatos de avistamento
veio de Moçambique. Em 11 de fevereiro de 1988,
centenas de pessoas na cidade de Beira testemunharam o vôo de um ALO.
O objeto apareceu no céu aproximadamente às três horas da
tarde, hora local, pairando sobre a cidade. Os funcionários de uma estação
meteorológica local disseram que o objeto, que parecia um pára-quedas e tinha
duas luzes poderosas, permaneceu a uma altura de cerca de três quilômetros, e
podia ser perfeitamente observado através de binóculos. Ele girava
continuamente em volta de seu eixo. De uma curta distância, o objeto foi
observado por pilotos e passageiros de um avião da Companhia Aérea Moçambicana
LAM (Mozambiquean LAM Air Company), o qual, tendo decolado do aeroporto da
cidade, ainda estava ganhando altitude. Somente três horas mais tarde este
objeto brilhante voou em direção ao sul. Incidentalmente, este fenômeno não
ortodoxo foi também observado pelos correspondentes da APN e do jornal Izvestia
em Moçambique (veja-se Izvestia, 18 de fevereiro 1988).
Como podemos nós, cientistas, classificar esta multidão de
fatos similares? Eles são, ou falsificações bem apresentadas, ou então
histórias verdadeiras. Qualquer um é livre para interpretá-las como quiser.
É claro que seria muito mais simples rir destas histórias.
Mas eu não concordo com tal abordagem.
É sabido que durante o primeiro encontro entre Mikhail
Gorbachev e Ronald Reagan em Genebra, o presidente dos EUA disse que, se a
terra fosse ameaçada por uma invasão extraterrestre, os Estados Unidos e a
União Soviética deveriam combinar os seus esforços para repelir qualquer
ataque. Isto foi só uma idéia casualmente lançada, uma hipérbole gerada para
enfatizar a importância do encontro entre os líderes máximos dos dois países?
Contudo, é bastante possível que o presidente Reagan não estivesse brincando, e
que ele tinha sérias razões para fazer tal declaração.
Possivelmente, os esforços para decifrar a estrutura dos ALO
e sua tecnologia de fabricação estão sendo feitos nos Estados Unidos, e os
americanos estão trabalhando seriamente no problema do contato com mensageiros
das civilizações extraterrestres. Em 1981, o dr. Colman S. von Kevietzky,
diretor da acima mencionada ICUFON, um membro do Instituto Americano de
Aeronáutica, Astronáutica e Aeroespaço e ex-militar, enviou ao presidente
Reagan dois pacotes de material contendo provas da atividade militar dos UFOs
("discos-voadores"), e perguntou se o governo previa uma guerra fatal
entre os Estados Unidos e forças galácticas. Isto traz à mente à mente o
"Guerra dos Mundos" de H.G.Well, não é?! Von Kevietzky recebeu uma
resposta do Assistente Presidencial para os Negócios de Segurança Nacional no
Conselho de Segurança Nacional dos EUA, o major-general Robert L.Schweitzer,
dizendo que o presidente estava plenamente consciente da ameaça delineada de
modo tão competente no documento de Kevitzky. Logo depois, o general Schweitzer
foi demitido – na opinião dos pesquisadores dos EUA, com uma desculpa
esfarrapada. Parece que a razão real para a demissão foi a admissão indireta de
Schweitzer do aumento de problemas ligados com contatos com UFOs nos Estados
Unidos. Isto custou-lhe o seu posto.
O fato mais curioso, entretanto, foi que muito antes disto
acontecer, a revista "National Enquirer" publicou extratos de
declarações de representantes oficiais do Departamento de Estado dos EUA sobre
uma possível ameaça representada pelos visitantes extraterrestres.
Em vista do silêncio lançado sobre o problema, o dr. von
Kevitzky tornou pública todas as informações acerca das atividades sobre UFOs
que ele tinha, em um memorando dirigido aos governantes e às pessoas de todos
os países. Um press release que circulou avisava que a
perseguição de UFOs por forças militares terráqueas podia provocar uma Pearl
Harbor global. O memorando dizia que, ao invés de uma disputa insana, com todo
os seus arsenais nucleares e missões militares secretas dirigidas a uma guerra
espacial, o homem deveria perceber que não era uma entidade isolada vivendo em
um planeta isolado no Universo.
Um outro press release, emitido pelo ICUFON
juntamente com o Comitê de Cidadãos Profissionais Planetários (Planetary
Professionals Citizens Committee) em 1982, dizia que o tempo tinha chegado,
para levantar a cortina de segredo que envolvia o problema global com UFOs.
Todos os documentos disponíveis concernentes aos UFOs deveriam ser cedidos às
instituições e indivíduos interessados.
Então, é para aí que o vento sopra. E, como podemos ver, não
foi fortuito que o presidente dos EUA tivesse repentinamente levantado a
questão sobre visitantes do espaço exterior. Este assunto era muito sério, para
merecer qualquer brincadeira.
Tendo completado quinze anos de pesquisas pessoais em
conjunto com especialistas de vários campos, eu estou profundamente convencido
da objetividade e autenticidade de muitos dados sobre ALO. Nossa pesquisa tem
por base servir ao público. Coletamos um vasto corpo de informações sobre
locais de presumidas aterrissagens de ALO – relatos de testemunhas, fotografias
e dados de variadas análises psico-químicas nos lugares das supostas
aterrissagens de ALO e de contatos de seres da terra com seres não terrestres,
ajudados por detecção biológica e extensas medidas de estruturas tomadas de
campos residuais induzidos pelos visitantes no chão e na atmosfera. Foi
estabelecido que estes campos permanecem por cerca de sete a nove anos.
Além disso, nós interrogamos rigorosamente aqueles que afirmam
ter tido contato com não-terrestres. O interrogatório foi feito sob hipnose
(hipnoteste), e as conversações foram gravadas. No nosso modo de pensar, esta é
a melhor maneira possível para estabelecer a autenticidade da história de
contato, e reconstruir fatos esquecidos e especificar detalhes. De doze
contatados, quatro foram interrogados usando este método.
O caso mais inacreditável de contato foi um encontro do
motorista V.P.B. com extraterrestres perto da vila de Polushino, no distrito
Mozhaisk da região de Moscou. O encontro, afirmou, teve lugar a 28 de julho de
1980. Os visitantes estudaram o contatado usando uma faixa em anel colocada em
sua cabeça e conectada por cabos a um painel. Então eles conversaram com ele.
Finalmente, disseram-lhe que ele devia esquecer o encontro. E, de fato, ele
somente lembrou-o em seguida um período de grande stress. Um estudo detalhado
de um mapa descrito pelo contatado, o qual ele tinha visto sobre o painel a
bordo do veículo extraterrestre, e que consistia de nove estrelas que formavam
uma figura em forma de pata, levou-nos a concluir que este ALO em particular
tinha vindo da constelação (somente vista no hemisfério sul) de Vela (Veleiro).
Eu percebi que qualquer leitor sensato pode ser persuadido
que todas estas histórias são uma mera paródia. Uma outra surpresa é a
abundância de provas de encontros com ALOs e ALOnautas. Tal profusão de fatos
tem explicação dupla: ou os terráqueos são susceptíveis a uma psicose coletiva,
ou uma civilização extraterrestre está estudando nosso planeta. Não há outra
possibilidade.
Deixem-nos retornar agora às visões de nosso grande
sonhador, cujos trabalhos ainda são tão pouco conhecidos. Em muitos de seus
escritos, Tsiolkovsky tenta convencer seus leitores de que a vida existe em
outros planetas, de que o espaço exterior é povoado por seres altamente
inteligentes e predominantemente por civilizações altamente desenvolvidas. Em
seu "Ética Científica", ele escreveu: "Desde que a vida apareceu
na terra, por que não poderia ela ter aparecido em bilhões de outros planetas
que tenham as mesmas condições do nosso? A presença da vida no universo é um
fato incontestável. Assumir que, fora o homem, o universo é sem vida e não
povoado por que não podemos vê-la, é uma ilusão total". De acordo com
Tsiolkovsky, quando a civilização se espalha de uma área do espaço para outro,
ela "cria uma larga variedade de seres perfeitos – capazes de viver em
diferentes atmosferas, em diferentes gravidades, em diferentes planetas, em
vácuos ou gás rarefeito, vivendo de comida ou sem comida – exclusivamente sob
os raios do sol, seres resistentes ao frio e às abruptas e consideráveis
variações de temperatura".
Mas surge uma questão, por que os representantes das
civilizações falharam até hoje em se apresentar de forma clara à humanidade?
Como que antecipando esta questão, em 1933 Tsiolkovsky escreveu em uma carta
para o estudante A. Yudin, de Tomsk: "Os esforços dos seres elevados em
nos ajudar são uma possibilidade, porque eles continuam a fazê-lo até hoje.
Nós, o povo, não tentamos convencer os animais de que eles são irracionais. A
distância entre nós e os seres perfeitos é dificilmente inferior".
Mas, se concedemos que as pessoas possam encontrar sondas e
ALOnautas, deveríamos pensar em fazer os preparativos para tais contatos. A
importância de tal disposição psicológica vai além dos limites da cosmonáutica
em si. O homem deve formar uma idéia clara do que ele deseja dos possíveis
contatos com civilizações extraterrestres. Talvez em vista de tais contatos ele
pelo menos cessaria de silenciar o problema e conversasse sobre ele
abertamente?
Está claro que o problema da procura por contatos com
civilizações extraterrestres deve ir além do campo das especulações puramente
acadêmicas para o campo da pesquisa científica e das ações não limitadas à
rádio-astronomia. Parece que a procura e o estudo emergente de ALOs e o
"presumido" contato com representantes de outros mundos mudaria de
uma ocupação semi-legal e voluntária para séria pesquisa por equipes, as quais,
de maneira mais importante atacariam não os relatos de testemunhas para poder
desmenti-las, mas procurariam por provas de tais contatos. Metodologicamente,
tal abordagem seria mais gratificante. O único modo de resolver este problema é
pelo uso de métodos integrais e valendo-se das realizações dos vários ramos da
ciência - natural, engenharia e social. Isto requer laboratórios preparados com
equipamentos especiais para a pesquisa, confirmando, e analisando
meticulosamente os "contatos". Isto poderia ser feito apenas cessando
de fazer deste problema um objeto de especulação, ficção científica, cadeia e
mistificação, de modo que a ciência pudesse, com toda confiança, incluir em seu
âmbito suas descobertas.
Incidentemente, poderia ser lembrado que Tsiolkovsky era
contra qualquer limitação da esfera de pesquisa científica. Falando com seu
amigo Alexander Chizhevsky, um dos fundadores da cosmobiologia, ele fez
indignadas observações sobre pessoas que consideravam científico apenas o que
pudessem "segurar em suas mãos", excluindo os fenômenos obscuros da
esfera da ciência:
"O homem ainda está para estudar todo o universo, um
lugar no qual abundam fenômenos desconhecidos e simplesmente obscuros. E ele
ainda vem colocar tapumes entre o possível e o impossível! Estude-o, mas não
ouse tocá-lo!".
Este é um resumo absolutamente correto da questão! A
história da formação de muitas disciplinas científicas, incluindo-se a
cosmonáutica, mostra que as idéias não ortodoxas não são aceitas, de início. A
pesquisa ligada à questão dos ALOs está presentemente em um estágio
embrionário. De fato, ela é rejeitada como um absurdo porque "contradiz a
ciência".
E como seria bom se a pesquisa científica por civilizações
extraterrestres fosse sempre motivada pelas palavras de outro pioneiro da
cosmonáutica soviética, Friedrich Tsander:
Quem, fixando o seu olhar no céu em uma clara noite de
outono, ao ver o brilho das estrelas, não pensou que os planetas distantes
sejam habitados por seres inteligentes como nós, mas talvez culturalmente
milhares de anos à nossa frente? Incontáveis valores culturais ficariam à
disposição da Terra, e multiplicariam o tesouro da ciência se o homem pudesse
se transportar para lá. Os gastos neste grande esquema seriam negligenciáveis,
em comparação ao que o homem costuma esbanjar!".
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