Durante 32 anos a Nasa teve que superar inúmeros acidentes, avarias e atrasos. O fracasso triplo da Nasa na última rodada de exploração de Marte, reconhecido pela própria agência, põe os dirigentes e o método de gestão de recursos da estatal americana no banco dos réus. ……aqui está o histórico dos problemas mais graves:
Apollo 1. em janeiro de 1967, três astronautas morreram no incêndio da cápsula Apollo 1, durante um teste em terra.
Challenger. sete astronautas morrem no ônibus espacial Challenger, 73 segundos depois do lançamento, em janeiro de 1986. Os tripulantes não morreram até que a cápsula caiu no mar, de uma altura de 14 quilômetros. O acidente interrompeu por três anos os experimentos – estas naves já sofreram dezenas de falhas desde sua criação.
Hubble. o telescópio espacial Hubble, avaliado em 2.100 milhões de dólares, é lançado com êxito em abril de 1990, mas imediatamente descobre-se um defeito nos seus espelhos que impede a observação astronômica com alta resolução planejada. Em 1993, sete astronautas concertaram o telescópio com dispositivos corretores.
Galileo. em janeiro de 1993, a antena principal da nave Galileo com destino a Júpiter não se abre corretamente. Os
técnicos da missão, de 1.500 milhões de dólares, tentaram resolver o problema sem sucesso. A avaria impede que a sonda envie de Júpiter grande quantidade de dados (ainda em funcionamento) registrando somente 70% dos objetivos científicos.
Mars Observer. a nave Mars Observer desaparece em agosto de 1993, quando estava a ponto de entrar na órbita de Marte, arruinando uma missão de 1.000 milhão de dólares. O incidente fez com que a Nasa passasse a apostar em projetos menores e mais baratos.
Soho. em junho de 1998, uma cadeia de erros no centro de controle da Nasa provoca a perda do satélite de observação solar Soho (da Nasa e da Agência Européia do Espaço, ESA) que havía funcionado perfeitamente desde dezembro de 1995. Os controladores da missão esperam recuperar o satélite.
Mars Climate Orbiter. em setembro passado, a nave que acompanharia a Polar Lander – agora perdida – choca-se com o planeta vermelho.
Mars Polar Lander. (07.12.99) A incapacidade da sonda Mars Polar Lander e das mini-sondas Deep Space 2 – que chegaram a Marte na última sexta-feira – de responder aos comandos da Terra se somam à destruição do satélite Mars Climate Orbiter, perdido em setembro por um erro de cálculo. Somados, os três fracassos representam a perda de US$ 300 milhões. A Nasa iniciou uma investigação dupla para procurar as causas da falha. Enquanto, na Terra, os técnicos revisarão todo o processo de construção do aparelho, em Marte o satélite Mars Global Surveyor tentará fotografar o local onde a Polar Lander deveria ter descido. Mas é possível que as causas da falha da sonda permaneçam um mistério. O fracasso põe em dúvida a estratégia da Nasa de estudar Marte com missões "baratas e freqüentes". A idéia parecia vitoriosa quando, em 1998, o robô Sojourner pousou em segurança no planeta vermelho, transmitindo fotos para a Terra. A idéia da Nasa era enviar missões a Marte a cada 26 meses, quando a posição relativa dos dois planetas é mais propícia. Agora, a seqüência do projeto, prevista para 2001, terá que ser revista. Críticos da Nasa no Congresso americano devem reforçar suas críticas, e talvez haja mudanças no comando e na forma de administração da estatal. Ironicamente, ao mesmo tempo em que a missão a Marte dava sinais de ter terminado antes mesmo de começar, outra sonda da Nasa – a Galileu, enviada a Júpiter – comemorava uma sobrevivência inesperada. No último dia cinco de dezembro, domingo, a Galileu completou quatro anos em atividade, sendo que sua vida útil havia sido estimada, originalmente, em apenas dois anos.
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